O Instituto Positivo (IP) lançou neste mês de agosto o segundo livro sobre Arranjos de Desenvolvimento da Educação (ADEs), mecanismo de cooperação adotado por alguns municípios e que tem se mostrado viável e efetivo na busca de melhorias no ensino público. 

O primeiro livro, publicado em 2017 e de título Cooperação Intermunicipal:  experiências de Arranjos de Desenvolvimento da Educação no Brasil, trata de conceituar esse modelo de trabalho colaborativo intermunicipal, além de apresentar sete experiências com base em suas trajetórias e resultados. Você pode acessar clicando aqui. Após quatro anos dessa apresentação, o IP entendeu a necessidade de atualizar informações sobre os ADEs, além de aprofundar um pouco mais essa primeira discussão.

Com esse propósito, a obra recém-lançada, Arranjos de Desenvolvimento da Educação: o que podemos aprender com as suas trajetórias?, apresenta exemplos de como a organização pública intermunicipal permite que profissionais de diferentes redes de ensino de uma mesma região trabalhem juntos para reduzir as desigualdades na aprendizagem e fortalecer as gestões administrativas e pedagógicas, visando melhorar a qualidade do ensino ofertado para crianças e jovens.

Na publicação, os autores Fernando Luiz Abrucio, Eduardo Grin, Catarina Segatto e Lizandro Lui, renomados pesquisadores do tema, contextualizam os aspectos normativos dos ADEs e apresentam uma análise quantitativa e qualitativa, a partir de uma série de indicadores selecionados, do contexto de 13 ADEs que, em 2021 (início da pesquisa), podiam ser considerados como implantados e consolidados.

Em um segundo passo, é retratada uma análise em profundidade de quatro desses Arranjos, o que permite ao leitor compreender melhor as particularidades que permeiam as atividades de cada território. O livro dialoga com uma série de 13 e-books, também desenvolvidos pelo Instituto Positivo, que apresentam a trajetória detalhada de cada um dos ADEs. Confira a série clicando aqui

Mais de 200 municípios trabalhando em colaboração

Atualmente, existem 15 Arranjos em atividade no Brasil, com 225 municípios trabalhando de forma colaborativa e mais de 414 mil crianças na Educação Básica alcançadas pelo trabalho cooperativo. Os 15 Arranjos estão distribuídos em oito estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Bahia, Maranhão e Piauí.

Os Arranjos de Desenvolvimento da Educação surgiram como uma forma de implementar e fortalecer o regime de colaboração, principalmente entre municípios com proximidade geográfica e, muitas vezes, com características socioeconômicas similares, mesmo que esta não seja condição indispensável. “A prática tem mostrado que municípios heterogêneos também podem cooperar entre si”, destacou Eduardo Grin, doutor em Administração Pública e Governo, mestre em Ciência Política, especialista em Sociologia e um dos autores do livro.

Outro ponto destacado pelos autores do livro é que o mecanismo dos ADEs permite maior flexibilidade, podendo assumir diferentes formatos institucionais e objetivos programáticos. Um formato único e engessado nem sempre é sinal de sucesso, pois pode gerar pouco comprometimento dos gestores envolvidos.

“Para superar isso, quando necessário, os Arranjos podem se transformar em consórcios ou atuar com outras entidades, como associações de municípios, possibilitando compras conjuntas, convênios, realização de eventos, capacitações e outras ações. Isso porque ainda não foi instituída uma estrutura jurídica que respalde a composição da composição dos ADEs”, afirma Lizandro Lui, doutor em Sociologia, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em Brasília e mais um dos autores do livro.

Bate-papo sobre a obra

Os quatro autores do livro participaram de um robusto diálogo, mediado pela organizadora do livro, Maria Paula Mansur Mäder. O bate-papo está disponibilizado no YouTube

Para baixar gratuitamente o livro, clique aqui

Instituto Positivo

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