Os primeiros passos de um Arranjo de Desenvolvimento da Educação (ADE) são determinantes para o programa. Isso porque é nesse início de trabalho que as decisões estratégicas precisam ser tomadas. Mas, antes de definir o caminho que o grupo vai percorrer, é preciso olhar o mapa com cautela: observar a superfície, qual percurso é mais ou menos tortuoso e por onde serão iniciados os reparos.
Nessa analogia, o mapa representa o diagnóstico territorial, que vai expor os pontos fortes e fracos da região. A análise desses dados deve ser feita com muita cautela e é comum que, nessa fase, o grupo encontre um grande número de dificuldades a serem trabalhadas. Por isso, o foco deve estar nos problemas estruturantes, ou seja, aqueles que têm desencadeado outros e, por isso, a sua solução ou encaminhamento deve ser prioridade.
Quanto à identificação dessas prioridades, é fundamental que elas sejam validadas por todos os participantes do Arranjo, pois se não forem consideradas as mais relevantes para todo o grupo, será difícil manter o nível de engajamento. Boas perguntas para se fazer na hora de elencar essas prioridades são: “Todos os participantes concordam que esta é uma prioridade?”, “Este problema é estruturante?” ou ainda “Temos mais condições de resolver de forma individual ou melhorar esse problema se atuarmos juntos?”.
Definindo os próximos passos
Como em qualquer projeto, definidas as metas é hora de traçar um planejamento para alcançá-las. O próximo passo é construir um plano estratégico detalhado para cada meta, contemplando ações de curto, médio e longo prazo. O grupo pode definir se prefere desenvolver o plano coletivamente ou compor grupos de trabalho que pensarão nos passos seguintes. É importante ressaltar que o ADE é um mecanismo de trabalho muito flexível, ficando a critério de cada território decidir a melhor maneira de se organizar.
Na metodologia dos grupos de trabalho, estes serão responsáveis por pensar detalhadamente quais serão as ações do Arranjo, visando ao alcance das metas/acordos. Tais grupos poderão apresentar o resultado do seu trabalho nas reuniões ordinárias do ADE, para que todos possam analisar se o que está sendo proposto faz sentido para a sua realidade, além de agregar visões e contribuições. Esses momentos são muito valiosos porque, além de gerar aprendizado, ajudam a trazer à tona a inteligência coletiva desse território.
No plano de trabalho, deve-se ainda indicar e validar as etapas, as pessoas responsáveis por cada uma delas, os prazos e os potenciais parceiros que poderão contribuir para viabilizar as ações. Para que cumpra o seu papel, o plano precisa ser inspirador, mas simples. Priorize os pontos mais importantes, e aos poucos vá aprofundando, considerando sempre as possibilidades existentes no território. Estabelecer metas muito complexas ou que dependam essencialmente de recursos financeiros ou de agentes externos pode ser um risco para o Arranjo. E lembre-se: os Arranjos visam assegurar o direito de aprendizagem às crianças e jovens, com qualidade e equidade.
Conheça o caminho percorrido
É fundamental, inclusive para manter o engajamento do grupo, que seja feito o acompanhamento constante de cada uma das ações. Por isso, os planos de ação devem contemplar formas de monitoramento e avaliação dos resultados alcançados. Para que essas informações sejam do domínio do grupo, tanto os resultados obtidos quanto as dificuldades e desafios devem sempre ser discutidos nas reuniões do ADE, constituindo valiosos aprendizados que se transformarão em avanços para o território.
No Arranjo, há a possibilidade de contar com a colaboração de parceiros externos também nessa etapa de monitoramento. Podem ser criados observatórios para acompanhamento dos dados monitorados pelo ADE. Quanto mais monitoramento constante do trabalho desenvolvido pelo Arranjo, mais subsídios serão gerados para compreender as razões de avanços e os desafios a serem superados no território.
Instituto Positivo
Acreditamos no potencial da colaboração para vencer os desafios da Educação.